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Sobre as tatuagens, é preciso pensar várias questões.
Nossa cultura rejeita as tatuagens como algo exótico e que no início dessa moda, esteve ligada a ambientes específicos como marinha, prisões e sociedades secretas de pessoas muito ricas.
Tudo isso gerou desconfiança. Mas atenção. É preciso fazer uma distinção entre o que a cultura sente e o que a religião ensina.
Nossa cultura brasileira, em sua maioria, rejeita as tatuagens, como eu disse, mas em lugar nenhum a Igreja condena essa estética. E não há nenhuma condenação às marcações corporais na Sagrada Escritura ou no Sagrado Magistério.
Sociedades de vários lugares do mundo usam a marcação corporal permanente como códigos sociais.
Tribos da África, da Polinésia e até do Brasil possuem esse hábito que é cultural deles e eu já conheci um sacerdote católico todo tatuado segundo os códigos da tribo à qual ele pretencia.
Se olhar com atenção, na estética feminina há moças e senhoras respeitáveis que fazem uso de tatuagem na forma de “maquiagem permanente”.
É claro que os costumes são importantes, mas vejam que acaba sendo um tópico complexo, com muitos pontos de vista válidos.
Catequistas devem fazer o trabalho de pensar teologicamente. Não apenas importem pensamento teológico pronto. Cada realidade é diferente.
Padre Fábio de Melo fez uma tatuagem, eu não faria, pois não gosto. Mesmo assim, não vejo como essa escolha dele diminui a importância que ele tem para nós e todo o bem que ele fez e faz.
Pode ser que as tatuagens em si não sejam a questão, mas sim o que está sendo retratado nelas. Nisso concordamos.
No mais, isso é um modismo passageiro. Vai e volta com o passar dos anos. Não ofende o Templo do Espírito Santo, que é nosso corpo, pois o que constitui ofensa gravíssima são os atos de liberdade internos, ou seja, aquilo que sai do pensamento pelas palavras e escolhas.
Pensemos como São Paulo: “examinai todas as coisas, mas ficai com o que é bom”.
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